quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Palavras, apenas

Não, o tema não é algo como "eu quero ações e não palavras" Que tal um subtítulo então : Somos livres?

Sabemos que a web fez tanto sucesso porque nos proporciona uma incrível e saborosa sensação de liberdade. Mas qual é o conceito de liberdade? Alguns dizem que são livres, mas vivem numa liberdade vigiada. Outros ao considerados livres, mas são aprisionados por si mesmos. Liberdade pra ir e vir, liberdade de visão, liberdade de expressão. O último termo é ainda mais complicado de explicar. Pois, só em simplesmente lê-la, automaticamente em liberdade de expressar o que quiser, mesmo que ofenda o outro. E sim, eu concordo que liberdade de expressão é isso. O que me faz não concordar que nem sempre a liberdade de expressão é positiva.

“ESPERA AI, VOCÊ QUER DIZER QUE É A FAVOR DA CENSURA? SEU FASCISTA!” Definitivamente não. Sou totalmente contra a censura. Assim como sou contra a injustiça. Você ter liberdade de expressão te dá o direito de usar palavras para humilhar, desmoralizar, oprimir o que ou quem te der na telha. Mas não te dá o direito de ficar impune por isso.  Na censura seu discurso seria impedido de ser exibido. Na liberdade de expressão todos saberiam que você disse tais palavras e, consequentemente, saberão o quão arrogante e preconceituoso você é, para assim não lhe dar atenção.      
                    
A censura existiu (e ainda existe) para impedir que tais ideologias fossem passadas para uma nação.  Mas se uma ideologia é opressora não é melhor impedi-la de ser ouvida logo? Sim, ma não por censura. O que queremos é justamente que elas não se espalhem. Que nós mesmos tenhamos consciência para ignorá-las, irmos contra o que segrega e, principalmente, não a aderirmos.

E, com essas confusões entre palavras e conceitos, que muitas discussões são geradas. Tanto por falta de interpretação como, às vezes, por falha do escritor.Essa é uma das razões para se valorizar o conhecimento, que te faz conhecer mais palavras para interpretar e ser melhor interpretado. Quanto maior a novilíngua, menor a liberdade. Quanto menor a expressão, maior o amor ao Grande Irmão.

 E, mesmo com cerca de 400 mil palavras em nossa língua,(segundo a geradora de conceitos Wikipedia), ainda há vezes que não sabemos simplesmente com que palavras nos expressar ou o que as palavras expressam. 

Mas, e quanto a pergunta inicial, até onde somos livres? Vamos aderir aqueles que dizem que tudo depende de comparação. Você é livre quando se sente livre, quando sua cabeça diz que há liberdade esta tanto no seu banheiro como no mercado da esquina. Só que, a partir do momento que você observa que existem meios para ser ainda mais livre, você já volta a achar que nem está perto da chave.

Desde criança eu imagino como seria o mundo sem x coisas. Você também já deve ter imaginado. Escova de dentes, óculos, computadores, coca-cola. 

Algumas coisas você acha que nos deixam mais livres, por nos permitirem opções. Eu sou livre para ter uma escova de dentes e não ter cáries. Mas isso não significa que as sociedades antigas, de uma época onde as escovas de dentes nem existiam, não eram livres pelo simples fato de não poderem ter hálito de menta.

Outras você acha que nos prendem. O dinheiro, por exemplo. Se te pedissem pra descrever o que ele é, o que você diria? Que é uma maneira de trocar coisas, de dar valores as coisas? Que o causador da fome mundial? Que é um pedaço de papel? Que é aquilo que você consegue depois de muito suor? Várias de teorias de organização econômica, diversas opiniões dizendo se a presença dele é positiva ou negativa e ele continua ali, apenas uma palavra, gerando glória e ruína, deixando-nos dependentes da nossa criação.

Agora, pense em outra palavrinha. Tempo. O que veio a sua mente? Um relógio de pulso? A hora do seu despertador no celular? O nascer do sol? Uma linha do tempo? Seu passado? Sabemos que o tempo existe, pois as coisas não aconteceram ao mesmo tempo e continuam não acontecendo.

Mas você consegue imaginar como seria a vida sem nenhuma tentativa de medir o tempo? Sem calendários, relógios, ampulhetas ou qualquer outro instrumento. Imagine que você vá dormir agora e quando acordar nada irá existir. Como as padarias saberão que hora abrir? Como sue chefe saberá que você está atrasado? Como Rafael saberá o horário que tem que estar no aeroporto? Como o futuro casal apaixonado vai fazer para estarem lá na hora marcada? Será que todos vão ter que reaprender a se orientar pelo sol? E, mesmo se aprenderem, conseguirão com tal precisão? E a dieta de Ana que diz que ela precisa tomar um chá sem açúcar exatamente as 10 e 15(nem 14 nem 16)?

Eu, realmente, não consigo imaginar. Talvez as pessoas passem a se importar bem menos com tempo perdido, sendo ou não sendo tão jovem. Porque não irá ter nada marcando quando tempo ela passou desperdiçando, ou se preocupando com o sono não vir. Apenas viver bem, sem importar que dia ou hora é. Ainda assim, será que as coisas dariam certo? Ou precisamos de pelo menos essa medida para controle?

Porém, novamente, e a pergunta inicial: Somos livres? Livre é apenas uma palavra sem definição concreta. Todos os conceitos que ela lhe traz pode dizer algo. Você pode ter opções, dentre todas que acha possível, e exerce-las com liberdade, dentro de tudo aquilo que lhe é liberdade? É quase impossível que sim. Então, pelo menos, que tentemos ser livres e libertos por nós mesmos. Sempre poderia ser melhor. Melhor, apenas uma palavra, uma palavra que expressa comparação. E comparar não importa se de fato, o melhor foi o seu melhor.

E é melhor eu não gastar mais seu tempo com mais palavras. É claro que você foi livre para ter fechado quando quisesse mas..relógios, semáforos, fins.


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